Kiersten Miles, 22, mal sabia que, ao aceitar o emprego temporário como babá na casa da família Rosko, ela acabaria salvando uma vida. Com apenas poucas semanas de trabalho, a estudante universitária soube que Talia, 9 meses, sofria de atresia biliar, uma doença hepática rara que afeta apenas bebês, e que precisaria de um transplante de fígado para sobreviver. Embora a menina já estivesse na lista de espera para a doação do órgão, que pode demorar meses ou anos, Kiersten resolveu fazer o teste para verificar se ela era uma potencial doadora.
Segundo os pais de Talia, Farra, 40, e George Rosko, 42, a menina provavelmente não sobreviveria sem um transplante de fígado – a previsão dos médicos é de que, sem o procedimento, Talia dificilmente completaria 2 anos. Mas, em entrevista ao jornal Today, a família deixa claro que jamais pediu ou pediria para alguém doar o órgão: “Especialmente a uma pessoa que mal conhecíamos […] O Hospital de Crianças da Filadélfia incluiu Talia na lista UNOS (Rede Unida para o Compartilhamento de Órgãos), o que significa que, caso um órgão se tornasse disponível e fosse compatível, ela o receberia”, disseram os pais.
Depois de pesquisar sobre o assunto, Kiersten se ofereceu a preencher a papelada e se tornar uma doadora viva. Mas, em um primeiro momento, os pais hesitaram: “Queríamos ter a certeza de que Kiersten soubesse que se tratava de uma atitude importante, não era como doar sangue. E pedimos para que ela falasse com a sua família a respeito. E sua mãe a apoiou”.
A estudante garante que não teve dúvidas sobre sua decisão, mas que o fato de nunca mais poder doar parte do fígado a fez refletir: “Tenha esperanças de que, se um dia um filho meu precise do órgão, alguém se prontifique”.
Após alguns exames de sangue e de imagem, Kiersten seguiu com a cirurgia. “Passei menos de uma semana no hospital. Me parecia e ainda me parece um sacrifício muito pequeno em comparação à salvar uma vida”, disse a babá.
“É importante divulgar a conscientização sobre a doação de órgãos. Não acho que muitas pessoas sabem que é possível doar uma parte do seu fígado – a maioria só ouve histórias sobre a doação de rim. Depois de passar por todo o processo, do início ao fim, tenho 100% de certeza de que faria novamente. Acho que é muito importante que os doadores saibam exatamente para o que estão se oferecendo e também sobre a recuperação. Mas é um preço tão baixo a se pagar em comparação a salvar uma vida”.