O seu filho tem medo de tomar vacina? E medo de agulha? Se a resposta foi sim, temos uma boa notícia para você: dentro de alguns anos, a picada pode ser que não seja mais necessária para a imunização da pneumonia. Os pesquisadores do Instituto Butatan em São Paulo se dedicaram desde o começo do ano a um projeto que desenvolve uma vacina para pneumonia de uso inalatório. E se tudo der certo a nova vacina será ainda mais barata e completa do que a atual.
A pesquisadora Viviane Maimoni que está a frente do projeto no Brasil junto com Eliane Miyaji, acredita que, se o desenvolvimento e os testes ocorrerem de forma ideal a vacina pode chegar ao mercado em torno de 10 anos. “Uma das principais vantagens, é que ela poderá ser utilizada em forma de pó, sem precisar de refrigeração, o que facilita a distribuição em locais de difícil acesso”, afirma Viviane. “Ela também não precisa de agulha para ser administrada, o que evita o descarte de um material contaminante que causa danos ao meio ambiente. Além disso, como não haverá a dor da picada, esperamos que mais pessoas estejam dispostas a tomá-la, contribuindo para uma melhora na saúde geral da população”, completa.
Uma das maiores vantagens na nova vacina será a cobertura contar 97 sorotipos diferentes de Streptococcus Pneumoniaea bactéria causadora da doença pois as imunizações que já existem protegem contra, no máximo, 13 sorotipos. A diferença entre elas fica na composição, as vacinas injetáveis são compostas por partículas que ficam na superfície da bactéria variam de acordo com o sorotipo. Já no desenvolvimento da nova vacina, os pesquisadores estão procurando por proteínas presentes e todos os sorotipos da bactéria, uma composição que tem se mostrado mais promissora com a administração pelas vias áreas em comparação da injetável.
Os pesquisadores atualmente estão testando duas proteínas. “Uma delas facilita o ataque do sistema imune à bactéria e a outra neutraliza os efeitos tóxicos da infecção, caso algum micro-organismo consiga transpor a barreira de defesa dos anticorpos”, explica Viviane. “Nosso desafio é analisar quais proteínas funcionam melhor juntas, para que uma não neutralize nem distorça as propriedades da outra”.
Apesar de estar em fase inicial ainda, Viviane se mostra otimista em relação a capacidade do projeto para criar uma vacina eficiente para adultos e crianças. “Tudo indica que o problema não será conseguir a formulação ideal para a administração inalatória, mas comprovar sua efetividade. Os órgãos regulatórios geralmente têm receio de que, por inalação, seja mais difícil controlar a quantidade administrada, então, além de mostrar que a vacina funciona, precisaremos provar que é possível e simples administrá-la corretamente”, diz.
A pesquisa tem 3 anos para ser concluída e somente depois disso poderá ser testada em humanos.
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