Em um livro recém lançado o apresentador Marcos Mion aborda um tema no qual vai ajudar muitas famílias e convivências. Ele dá dicas de como os pais podem se aproximar mais de suas filhas com propostas de práticas para fortalecer esse vínculo e textos para serem lidos com as pequenas.
Pai de Romeo de 13 anos, que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA), aliás o apresentador tem um livro que se chama “A escova de dentes azul” sobre o filho, pai de Donatella de 9 e Stefano de 8 anos. Confira abaixo uma entrevista que Marcos Mion deu.
Por que você decidiu escrever um livro sobre ser pai de menina?
Sempre falei sobre a convivência com todos os meus filhos nas redes sociais, mas fiz um post sobre a minha relação com a Doninha que viralizou, em agosto de 2016. Era sobre o hábito que tenho de separar um dia da semana para fazer um programa exclusivo com ela, em que a trato com todo o amor do mundo. Sempre tive a consciência de que, assim, mostraria o que ela deve esperar de um homem, para que, quando cresça, não aceite nada menos do que respeito, carinho, cuidado e atenção. Achava esse tipo de atitude comum, até que comecei a receber mensagens de amigas sobre como esses posts estavam mudando a relação de seus maridos com as filhas. Então, o livro veio de uma vontade de criar um movimento com os pais dessa nova geração, Porque não têm problema de assumir a sensibilidade, e querem ser mais presentes na vida de suas filhas.
Quais são os seus rituais com a Donatella?
Sempre acordo a Doninha primeiro, do mesmo jeito e com a mesma música, o que demora uns três ou quatro minutos de chamego. Sei que, sempre que ouvir essa canção, ela vai se lembrar da conexão que a gente tem, e espero que isso dê forças para ela enfrentar o que quer que seja. Por meio dos rituais, acredito que ajudo a criar uma memória afetiva que a minha filha vai levar para o resto da vida. São lembranças que serão valiosas nos momentos em que ela precisar de conforto.
Criar um menino é diferente de criar uma menina?
É uma pergunta polêmica, então, a resposta também vai ser um pouco polêmica para os dias atuais. Em relação à criação, sigo estudos publicados por psicanalistas, psicólogos, psiquiatras e especialistas que defendem que criar menino e menina como se eles não tivessem sexo é uma grande violência para as crianças. Acredito que existem, sim, diferenças entre eles. O cérebro, por exemplo, se desenvolve de maneiras distintas, e as meninas amadurecem e se desenvolvem muito mais rápido do que os meninos. Existem diferenças na maneira com que crio meus filhos não por imposição, e sim porque eles exigem de mim coisas diversas. Respeito muito a vontade deles. Agora, o amor e a dedicação são iguais e alguns aspectos da criação, também. Por exemplo, uma coisa que me incomoda demais é a questão da sexualidade precoce, tanto de meninos quanto de meninas. Sou contra essa cultura do garanhão, e parei de falar com pessoas imbecis e machistas que diziam que eu iria sofrer ou que tinha virado “fornecedor” por ter uma menina. Para ela, falo que namorar não é coisa de criança; que tudo tem seu tempo. Viro para o Stefano e digo exatamente a mesma coisa.
O livro ‘Pai de Menina– para ler ao lado de sua filha e construir uma relação para a vida toda’ está a venda e o preço varia de 30 a 50 reais.
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