Analgésico específico alivia a dor do parto e reduz o uso de peridual diz pesquisa

Quando o assunto é parto o alivio da dor é uma questão importante. No Reino Unido, o medicamento usado geralmente nessa ocasião é a petidina, no Brasil ele é mais conhecido por seu nome comercial, analgésica Dolantina. Lá cerca de 250 mil mulheres recebem o remédio anualmente durante o trabalho de parto ativo, mas essa prática está sendo revisada por pesquisadores da universidade de Birmingham, na Inglaterra. Eles publicaram um estudo em agosto evidenciando a falta de eficácia do medicamento.

Eles analisaram o comportamento de 400 mulheres que deram à luz em 14 hospitais do Reino Unido entre maio de 2014 e setembro de 2016, para chegarem a essa conclusão. Metade delas recebeu o remédio de dose controlada injetável, e a outra metade o remifentanil, outro analgésico que a dose também é liberada aos poucos pela própria paciente conforme o nível de sua dor, mas não é usada com frequência nessa ocasião.

O objetivo dos pesquisadores era saber quantas mulheres, ainda sim, pediriam a anestesia peridual após receber os medicamentos. O resultado foi: das 199 mulheres que receberam petidina, 81 (41%) partiram para a epidural, em comemoração com apenas 39 (19%) das 201 mulheres que receberam remifentanil PCA-PCA que é o dispositivo de liberação da medição pela própria paciente.

“Antes da nossa pesquisa, já se sabia que cerca de um terço das mulheres que recebem petidina são encaminhadas para a epidural devido ao alívio inadequado da dor”, disse o pesquisador chefe Mathew Wilson, que completou: “Suas deficiências são mais sérias quando comparadas a efeitos colaterais conhecidos, que incluem sedação e enjoo”.

E por aqui? “A condução do trabalho de parto na Europa é muito diferente da que realizamos aqui no Brasil”, explica a obstetra Heloisa Brudniewski, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Por lá, privilegia-se o parto normal, por isso, entendo que o estudo revela uma preocupação com redução de custos ao pesquisar o que é mais efetivo para evitar a anestesia”, afirma. A médica também diz que o PCA não é uma prática brasileira.

As críticas que os pesquisadores fazem à peridual é que, por mais que o alívio da dor seja altamente eficaz, elas elevam o uso de instrumentos como fórceps ou sucção, o que podem levar as mulheres a sofrerem complicações de longo prazo e precisar de uma internação prolongada após o nascimento.

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