Beleza na gravidez: o que pode e o que não pode fazer

Cuidados com a beleza na gravidez é um assunto muito sério. Pode ser que o que você usava antes, agora não poderá mais usar. Todo cuidado é pouco quando o assunto é comprometer a saúde do bebê. Apesar das restrições, existem diversas formas de cuidar da beleza durante os nove meses. A seguir, entenda por que alguns tratamentos devem ser abolidos na gestação (e durante a amamentação) e os caminhos alternativos a eles. Só lembre-se de conversar como seu obstetra antes!

Cremes com ácidos

Por que não pode: Extremamente químicos e altamente absorvidos pela pele, os ácidos, principalmente o salicílico, retinoico e seus derivados, são os mais perigosos. Não há estudos específicos sobre como agem negativamente, mas, como entram em contato com o tecido dérmico e caem na corrente sanguínea, eles certamente chegam até a placenta. Em maior ou m­­enor concentração, podem afetar a formação do feto.

Alternativa: Por ser mais suave e ter pouca absorção, o ácido azelaico é o único liberado na gestação (a partir do quarto mês). Cremes formulados com até 10% de ácido glicólico também são seguros. Ambos ajudam no controle da oleosidade e no tratamento da acne e podem ser usados como clareadores de manchas.

Peeling
Por que não pode: Como são feitos com ácidos em alta concentração para provocar a descamação da derme, é ainda mais contraindicado do que os cremes, pelos mesmos motivos citados acima.

Alternativa: O único peeling indicado para grávidas é o de cristal. Também chamado de microdermoabrasão, ele é físico, ou seja, não tem química. Funciona com uma ponteira de cristal, que faz a esfoliação da camada mais externa da derme. É mais superficial que os peelings de ácido, mas é seguro e eficiente para tratar manchas, rugas e estrias.

Limpeza de pele
Por que não pode: A limpeza em si não é contraindicada para gestantes, mas é preciso tomar cuidado com a forma como é feita. Os cremes e sabonetes à base de ácidos, por exemplo, não podem ser usados. O aparelho de alta frequência, normalmente utilizado pelo efeito cicatrizante e bactericida, também é proibido.

Alternativa: Trocar todos os produtos que contenham química pelos com ingredientes naturais, como sabonete de chá verde e tônico de aloe vera. No lugar dos aparelhos de eletroterapia entram a máscaras de argila ou de carvão ativado, 100% seguras e orgânicas. Essa segunda opção é relativamente nova como tratamento estético e muito indicada pela ação descongestionante, cicatrizante e anti-inflamatória.

Depilação
Por que não pode: Cremes depilatórios e descolorantes contêm muitas substâncias químicas e, como são aplicados em uma grande área do corpo, têm maior absorção. Assim como os ácidos, podem chegar à placenta. Os métodos a laser, a rigor, não apresentam risco ao feto, desde que a luz não seja usada na barriga ou próxima a ela, como na virilha, porém há risco de provocar machas na pele.

Alternativa: A única depilação que está liberado é aquela com cera e lâminas sem restrição.

Tratamentos dentários
Por que não pode: O uso de anestesia no tratamento odontológico de grávidas é controverso. Embora não sejam feitos estudos e testes em gestantes, por serem vasoconstritores, os anestésicos locais podem causar o fechamento das artérias e comprometer a circulação sanguínea na placenta. As radiografias devem ser evitadas nos primeiros três meses e, mesmo depois, feitas apenas em último caso e com a proteção de coletes de chumbo que cubram toda a barriga, já que a radiação pode causar comprometimento do feto. Procedimento estético, como o clareamento dental, está vetado, já que é um processo feito com produtos químicos ou lasers e não há comprovações sobre os riscos.

Alternativa: Se não puder evitar, o ideal é que o dentista use doses mínimas de anestésico e opte por aqueles sem vasoconstritores. A prevenção é sempre a melhor medida. Por isso, para evitar a gengivite, que afeta pelo menos 30% das gestantes, e as cáries, que, em geral, surgem em decorrência dos vômitos frequentes e da maior ingestão de açúcar, intensifique os cuidados de higiene bucal e consulte um especialista com mais frequência.

Tintura de cabelo

Por que não pode: Esse é um dos tópicos mais polêmicos entre os especialistas: alguns arriscam afirmar que não faz mal, mas a maioria garante que o melhor é evitar. O principal risco está em algumas substâncias na composição das tinturas, como chumbo, anelina e amônia. Elas são altamente tóxicas e, em contato com o couro cabeludo, são absorvidas, chegam à corrente sanguínea e, consequentemente, à placenta, colocando em risco o desenvolvimento do bebê.

Alternativa: A solução, se os fios brancos incomodam demais, é dar preferência para os xampus tonalizantes, que são mais suaves na química e, em geral, não têm as substâncias citadas acima. A recomendação é sempre ler com atenção os rótulos e conversar com o médico antes de usar. Os reflexos e luzes estão liberados, desde que feitos com o cuidado de não deixar o produto entrar em contato com o couro cabeludo. Para isso, o melhor é usar toucas ou aplicá-lo com um dedo de distância da raiz. Tudo isso, claro, só a partir do terceiro mês.

Alisamento
Por que não pode: Todos os alisamentos são químicos e altamente tóxicos, portanto, proibidos durante a gestação – inclusive aqueles que se dizem sem formol. Mesmo que o produto não entre em contato com o couro cabeludo, o processo libera vapor forte que, inalado, pode chegar à corrente sanguínea.

Alternativa: Quem está acostumada com fios lisos deve investir em tratamentos hidratantes, como cauterização e botox capilar, que selam a cutícula dos cabelos e deixam o aspecto mais liso, mas são livres de substâncias tóxicas.

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